Festival internacional de cinema fantástico acontece de 13 a 29 de maio em Porto Alegre, com o Patrocínio da Petrobras.
O maior festival de Cinema Fantástico da América Latina irá ocorrer de 13 a 29 de maio em Porto Alegre, com o patrocínio da Petrobras, que há cinco anos chancela o evento.
Os filmes de abertura e encerramento do festival, sempre são pontuados por aguardadas (ou inusitadas) produções: para a noite de abertura do Fantaspoa, dia 13 de maio, foi confirmada a première nacional do longa-metragem argentino “Kryptonita”, dirigido por Nicanor Loreti. O longa teve co-produção assinada pela Fantaspoa Produções. “Kryptonita” – que foi baseado no cultuado romance de super-herói homônimo escrito por Leonardo Oyola – estreou no Festival de Cine de Mar del Plata em 2015, onde obteve êxito de crítica. Em seguida, a película foi lançada em circuito comercial nos cinemas da Argentina com mais de cem cópias, totalizando mais de 110 mil espectadores e tornando-se um dos 15 maiores sucessos argentinos do ano. O diretor Nicanor Loreti e o autor Leonardo Oyola estarão presentes no Fantaspoa e conversarão com o público após a sessão.
Para o encerramento do festival, no dia 29 de maio, será apresentada em première internacional “Antibirth”, de Danny Perez. Estrelado por Natasha Lyonne e Chloë Sevigny, o longa-metragem teve sua primeira exibição no prestigiado festival Sundance e conta a história de uma garota que, após uma noite de festas, acorda com sintomas de gravidez. Certa de que não havia se relacionado sexualmente com ninguém nos últimos dias, ela começa a ter estranhas visões e passa a desconfiar de rumores conspiratórios.
O XII Fantaspoa homenageará nesta edição quatro artistas por suas contribuições à sétima arte: Guilherme de Almeida Prado; Antonio Mayans; Brian Trenchard-Smith e William Lustig.
Guilherme de Almeida Prado é um dos mais talentosos cineastas brasileiros egressos da Boca do Lixo paulistana. Ali, entre o final da década de 1970 e início dos anos 1980, trabalhou como diretor de segunda unidade e assistente de direção de David Cardoso, John Doo e Ody Fraga, participando da equipe de pornochanchadas hoje celebradas por unirem sexo e fantasia ou horror, como “Aqui, Tarados” e “Pornô!” (ambas de 1981). Seus primeiros trabalhos como roteirista e diretor foram nesse estilo, até a consagração com o filme “A Dama do Cine Shangai” em 1987. Esta estilosa mistura de filme noir com história de mistério 100% brasileira, cheia de referências a cinema em geral, rendeu vários prêmios nacionais e internacionais. Em seguida, Guilherme flertou com o cinema fantástico em “A Hora Mágica”, de 1999, inspirado num conto de Julio Cortázar, e “Onde Andará Dulce Veiga?”, de 2008, uma história policial inspirada em livro de Caio Fernando Abreu.
O incansável ator espanhol Antonio Mayans já participou, até o final de 2015, de cerca de 180 filmes! Nascido em Valencia em 1939, Mayans estreou no cinema fazendo pontas em superproduções épicas como “O Rei dos Reis”, de Nicholas Ray, e “El Cid”, de Anthony Mann (ambos de 1961). Mas é pelos fãs de cinema fantástico que Antonio é mais conhecido, principalmente devido à sua parceria com o igualmente prolífico diretor espanhol Jess Franco. Juntos, Franco e Mayans fizeram mais de 50 filmes! O último deles, “Revenge of the Alligator Ladies”, rodado em 2013 pouco antes da morte de Jess, inclusive foi co-escrito e codirigido por Mayans, confirmando a forte relação criativa que unia a dupla. O ator também trabalhou com outros celebrados diretores de filmes de horror, como o francês Jean Rollin e o italiano Umberto Lenzi, tornando-se presença constante em produções do gênero entre os anos 1970-80 – e aparecendo em obras de novos realizadores até hoje!
Nascido na Inglaterra, Brian Trenchard-Smith encontrou reconhecimento na Austrália, onde escreveu e dirigiu o incrível filme de ação “The Man from Hong Kong” em 1975 (homenageado por Quentin Tarantino em seu recente “À Prova de Morte”) e a aventura infanto-juvenil “Bicicletas Voadoras” (1983), um clássico nas tardes da TV aberta brasileira. Trenchard-Smith também teve expressiva contribuição para o cinema de gênero australiano (hoje redescoberto por uma expressiva quantidade de fãs da nova geração). Entre seus trabalhos mais conhecidos no campo da fantasia estão a aventura de ficção científica “A Caçada do Futuro” (1982), que provocou muita polêmica na época do seu lançamento devido à extrema violência, e o pesadelo futurista “Drive-in da Morte” (1986), que, segundo o próprio diretor, está assustadoramente real hoje, trinta anos depois do seu lançamento.
O nova-iorquino William Lustig é um nome bastante celebrado entre os fãs de horror, não apenas pela sua trajetória como diretor, mas também como distribuidor: sua companhia, a Blue Underground, foi responsável por relançar em DVD e blu-ray diversos grandes clássicos do cinema fantástico, incluindo filmes que até então eram muito raros. Depois de uma breve passagem pelo cinema pornográfico, Lustig impressionou fãs de horror com “O Maníaco” (1980), filme extremamente violento em que mostrou os crimes de um serial killer da forma mais gráfica possível, com maquiagem do mestre dos efeitos especiais Tom Savini. Em seguida, iniciou uma bem-sucedida parceria com outro conhecido diretor alternativo de Nova York, Larry Cohen: Lustig dirigiu e Cohen escreveu a cultuada trilogia “Maniac Cop”, dando vida a um monstruoso policial assassino que entrou automaticamente na galeria de grandes vilões do cinema de horror da década.
Em breve mais novidades sobre a programação!