Sessões Petrobras da Meia-Noite
A prática de sessões à meia-noite em cinemas nos Estados Unidos atingiu o pico de popularidade na década de 1970, quando algumas obras encontraram públicos ávidos a assisti-los repetidas vezes, atribuindo-lhes a aura de filmes de culto. Assim, muitos filmes garantiram um lugar privilegiado na cultura pop, alguns sendo exibidos periodicamente até hoje em cinemas – caso de “The Rocky Horror Picture Show”, de 1975 – e sendo referenciados como obras de arte seminais e influentes até hoje (“Pink Flamingos” foi crucial para o desenvolvimento da indústria de cinema independente, enquanto “El Topo” é citado por artistas renomados – como o cineasta David Lynch e o músico Peter Gabriel – como altamente influenciador em seu trabalho.
As Sessões Petrobras da Meia-Noite surgem como uma forma de reviver a experiência de se assistir a filmes de culto com fãs de longa data e com espectadores que estão, pela primeira vez, entrando em contato com algumas das obras mais marcantes da história do cinema. A Petrobras oferece duas dessas sessões com entrada franca e com as presenças dos diretores das obras apresentadas. Neste ano, o público do XIII Fantaspoa terá o privilégio de assistir aos clássicos cult “Holocausto Canibal” e “Hardware – O Destruidor do Futuro”, com apresentações de seus próprios realizadores: o italiano Ruggero Deodato e o sul-africano Richard Stanley.
Holocausto Canibal, de Ruggero Deodato (1980, 95 min., 18 anos)
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Sinopse: Filmado na Amazônia, o filme conta a história de quatro documentaristas de tribos que embrenham-se na selva para filmar indígenas. Dois meses após, depois que o grupo não retorna, um famoso antropólogo viaja numa missão para encontrá-los. Ele consegue recuperar as latas de filme perdidas, que revelam o destino dos desaparecidos.
Lançado em 1980 pelo prolífico Ruggero Deodato, “Holocausto Canibal” é considerado um clássico do cinema. Com cenas ainda hoje muito fortes e perturbadoras, a obra mescla documentário e horror e seu lançamento foi marcado pela suspeita de que os atores realmente estariam mortos, conforme registrado em filme – o que foi reforçado pela assinatura de contrato, por parte do elenco, para não aparecer publicamente durante um ano após o lançamento do longa. Precursor de sucessos de público como “A Bruxa de Blair” e “Rec”, “Holocausto Canibal” é obra obrigatória para qualquer interessado em de cinema.
Local: Cinemateca Capitólio Petrobras
Data: 27/05 (sab)
Horário: 23h55
Sessão com apresentação de Ruggero Deodato.
Entrada franca.
Sobre Ruggero Deodato:
Ruggero Deodato é uma das principais figuras do cinema de gênero mundial, especialmente por seu polêmico e seminal "Holocausto Canibal", de 1980 e considerado o primeiro filme found footage da história. Em toda a sua extensa carreira, que foi homenageada no Fantaspoa 2013, dirigiu mais de 30 filmes.
Hardware – O Destruidor do Futuro, de Richard Stanley (1990, 94 min., 16 anos)
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Sinopse: Um ex-soldado recolhe partes de um androide para que sua namorada Jill, que é escultora, possa utilizar em sua arte. O robô é um protótipo de um droid assassino que se remonta caso seja danificado. Ele se conserta usando as esculturas de Jill e volta a cumprir sua missão inicial: matar todos os seres humanos.
Sucesso de público e crítica, “Hardware – O Destruidor do Futuro” surpreendia, naqueles anos 1990, pelos excessos de violência e o inquestionável estilo visual, que o tornaram um filme de culto. Foi o início da maldição de uma carreira muito promissora em Hollywood: o diretor sul-africano Richard Stanley posteriormente dirigiu “Dust Devil – Colecionador de Almas” que, depois de pronto, ficou anos engavetado devido a problemas legais para ver a luz do dia em diversos cortes que variavam entre 70 e 87 minutos (sendo que o corte do diretor tinha 105 minutos). Richard ainda foi abençoado com a
Sucesso de público e crítica, “Hardware – O Destruidor do Futuro” surpreendia, naqueles anos 90, pelos excessos de violência e vigoroso estilo visual, tornando-o um filme de culto. Foi o início da maldição de uma promissora carreira: depois, Richard Stanley dirigiu “Dust Devil – Colecionador de Almas”, que ficou meses engavetado para ser lançado em aproximadamente cinco versões; e dedicou quatro anos para adaptar ao cinema “A Ilha de Dr. Moreau” – com estrelas como Marlon Brando e Val Kilmer – para ser demitido poucos dias após o início das filmagens. Richard ainda dirigiu documentários, e segue sendo uma verdadeira lenda viva do cinema.
Local: Cinemateca Capitólio Petrobras
Data: 03/06 (sab)
Horário: 23h55
Sessão com apresentação de Richard Stanley.
Entrada franca.
Sobre Richard Stanley
Richard Stanley presenteou o mundo com "Hardware - O Destruidor do Futuro" em 1990 e com "Dust Devil - O Colecionador de Almas" em 1992, os quais obtiveram status de filmes de culto. Posteriormente, dirigiu mais três documentários, além de ter roteirizado mais sete longas-metragens.